06/02/2010

Double Scull

aqui

Rompem-se as águas
pela aurora,
casca de noz
escorrega asinha
no verde-escuro
sedento de luz,
brisa serena
lenço de seda,
mãos calejadas
abraçam os remos,
debaixo da ponte
ecoam as pás,
sulcam as águas
em esforço tenaz,
o slide escapa-se
até à proa,
os remos dão
um beijo fugaz,
o slide dança
até à popa
ritmado e cadente,
os remos viram costas
zangados, cansados,
mas a paixão é louca
e logo procuram
ambos a boca, famintos...
História de amor
compassada,
num barco a remos
projectada,
rasga-se o ventre
do manto molhado!

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