09/04/2010

não?

vencer a distância que se abre entre um sim e um não é tarefa árdua, pirueta que se veste num trapézio sem rede, uma aposta no desconhecido. podemos partir do não para chegar ao mesmo não, ainda que pelo meio tenhamos feito uma corrida de obstáculos, dado o melhor de nós, superado as nossas próprias expectativas. podemos partir do não para chegar a outro não, surdo das nossas razões, cego perante o esbracejar dos argumentos que cultivámos na esperança de uma colheita generosa, compensadora. mas podemos partir de um não aberto à aprendizagem, adepto da diversidade, pronto para um confronto inteligente e educado, sem medo de se sentar a um tabuleiro de xadrez. seria um não-talvez-não-na-mesma, um não-talvez-não-tão-não ou até um não-talvez-afinal-um-sim. nem importa muito se este não passaria a ser um sim, se a distância que se venceu entretanto voltaria a alargar-se ou se, finalmente, se estreitaria. interessa, sim, que as distâncias sejam apenas etapas a clamar pelo melhor de nós e que um não se limite a representar um desafio onde depositamos os nossos esforços para nos habilitarmos a alcançar o não seguinte...

3 comentários:

Luís D. P. Rodrigues disse...

Não! Sim. Claro que não vou desistir de ler as tuas linhas. Sim. Vou estar sempre atento. Não, não desisto!
Bj

hfm disse...

Sempre SIM a textos como este, minha amiga!

Joana Roque Lino disse...

Obrigada, Helena e Luis. Bj e boa semana ;)