31/05/2011

sei-te

sei-te
sem o saber,
porque a pedra
chorou pétalas
e a água
pariu terra,
sei-te
apenas,
porque a lua
se desfez
e o gelo
aqueceu
o teu sangue,
sei-te
em cada gesto,
e sei-te
para sempre.

seiva

e se, porventura, as nossas
bocas se encontrassem nas
asas da borboleta que embala
o meu sono?

e se, por acaso, as nossas
bocas se tocassem em sopros
de clarinete despido
da noite?

as nossas bocas

generosos veios
por onde corre
a seiva primeira